A Casa Branca já tinha criado algumas reações negativas por parte dos defensores da legalidade quando apelidou de «assassinato seletivo» ao uso de drones para a execução de criminosos que fugiram para fora das “terras do Tio Sam”. Os termos podem ter chocado, ou pelo menos, surpreendido muitas pessoas, mas o staff de Barack Obama nunca adiantou quaisquer dados sobre as condições em que o assassinato levado a cabo por drones pode ser levado a cabo.
Agora é a vez de Eric Holder, um procurador da justiça dos EUA, esclarecer o assunto. De cordo com Holder, o governo norte-americano tem legitimidade para ordenar a execução de «um cidadão dos EUA que seja um operacional de topo da al-Qaeda ou de forças que lhe estão associadas».
O representante da justiça dos EUA lembra que estas ordens de execução só são emitidas quando o alvo em causa se revela uma «ameaça iminente que pode abrir caminho a um ataque violento», não pode ser capturado, e os meios usados são proporcionais e os danos colaterais minimizados, refere a Wired.
O debate em torno destas execuções decididas unilateralmente teve início com o anúncio da morte de Anwar al-Awlaki, um líder espiritual e político da al-Qaeda que costumava usar o YouTube para fazer preleções e angariar apoios na Web. A execução foi levada a cabo em setembro por um drone que lançou um míssil que viria a vitimar Anwar al-Awlaki e ainda um publicista conhecido por Samir Khan.
O pai de Anwar al-Awlaki processou a administração Obama com o objetivo de saber qual o motivo legal que sustentou a ordem de execução. A esta primeira reação seguiram-se as críticas de ativistas e defensores da legalidade, que lembraram que o direito ao julgamento justo faz parte da Constituição dos EUA.
Eric Holder também concorda que o julgamento é um direito constitucional, mas defende que, em casos em que os criminosos se encontram no estrangeiro e pertencem a organizações que se encontram em guerra contra os Estados Unidos, o presidente pode decidir executar essa pessoa sem recorrer à justiça. «Mesmo que esse indivíduo seja um cidadão dos EUA», conclui Holder.
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