Se está à procura de um emprego neste momento, o certo será que levará mais tempo a encontrá-lo do que gostaria. O culpado não é só a recessão — os portais de emprego tornaram o processo de candidatura mais fácil, por isso agora é norma que centenas de curricula de todo o mundo persigam o mesmo cargo. Com esta quantidade de atividade, a procura de emprego tornou-se mais uma maratona do que uma corrida de velocidade.
E como a procura de emprego demora mais por haver tantas pessoas sem trabalho, muitas delas inevitavelmente estão frustradas, e até mesmo desoladas, com isso. Muitos empregadores usam sistemas automáticos para reduzir o número de curricula, o que torna o processo mais impessoal e mais difícil de ultrapassar.
Então, como se poderá manter positivo neste tipo de ambiente tão duro? Coloquei esta questão a várias pessoas, incluindo Lila, uma profissional de marketing grega à procura de emprego em Atenas (que tem de ser uma das demandas mais difíceis por aí).
O melhor conselho que Lila deu foi gerir os sentimentos. Tornar-se negativo, cético, ou deprimido só funcionará contra si. Segundo Lila, quando ficamos zangados connosco próprios, isso nota-se. Não acredite que poderá fingir facilmente energia e entusiasmo. A maior parte dos entrevistadores perceberá os seus sentimentos verdadeiros.
Faça uma gestão ativa dos seus sentimentos para estar verdadeiramente feliz, focado e com energia. É certo que isto não é fácil, especialmente para os milhões de desempregados de longa duração. Aqui ficam algumas mudanças que deverão ajudar nesta cultura de rejeição:
Seja o seu próprio (bom) chefe. Como procurar emprego é, na realidade, um emprego a tempo inteiro por si só, chefie-se a si próprio adequadamente. Os maus chefes nunca estão satisfeitos, estabelecendo objetivos impossíveis e punindo depois as pessoas por não os alcançarem. Em vez disso, estabeleça objetivos semanais razoáveis para networking, procurar ou candidatar-se a empregos. Recompense-se a si próprio por atingir os seus objetivos ou fazer algo difícil. E nunca se castigue por fazer coisas erradas ou não fazer o suficiente, o que um mau chefe faria. As pessoas à sua volta também devem ser bons chefes — incentive-as a apoiarem-no.
Não fique parado, faça alguma coisa. Isto significa sair de casa. Faça um curso. Entre para um grupo profissional — estes geralmente têm vantagens especiais para membros desempregados. Torne-se voluntário. Faça algumas das coisas que tem pendentes. Faça qualquer coisa que o leve a sair de casa, lhe ensine algo de novo, o faça relacionar-se com pessoas novas e talvez se torne uma nova linha no seu curriculum.
Seja “multitarefas” — não ande numa montanha-russa. A maioria das pessoas apostam tudo num só sítio e deixam de procurar outros empregos depois de terem ido a uma entrevista. Mais tarde, se não conseguem o emprego, ficam ainda mais desanimadas. Têm então que travar uma batalha ainda mais difícil para se sentirem novamente motivadas. Chamo a isto a abordagem da montanha-russa — à medida que as perspetivas de uma só opção darem certo sobem e descem, o mesmo acontece com as suas emoções, o que eu normalmente desenho desta forma:
Mas quando continua à procura de emprego até realmente conseguir uma proposta, não ficará tão deprimido se não conseguir um ou vários dos empregos, porque ainda tem outras opções à sua espera. E não terá de iniciar todo o processo de novo:
Mantenha uma rotina. Faça uma gestão do seu tempo como se estivesse a trabalhar. Tenha um horário regular para procurar novas vagas, fazer o seu seguimento e para se oferecer como voluntário. Faça exercício — você vai parecer e sentir-se melhor. Um horário diário e semanal dar-lhe-á a estrutura que lhe permitirá ter uma sensação de realização.
Vou dar à Lila a última palavra sobre como manter-se positivo durante a procura de emprego. "Lembre-se das pessoas que o amam e que você também ama. Esta aceitação positiva de amar e ser amado cria milagres. É um abraço imenso de proteção quando você precisa verdadeiramente de se sentir seguro e enquanto está no meio da tempestade."
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