José Sócrates é descrito como «um antipático contra todos» pelo diário espanhol ABC, que o compara a um condutor em contra-mão.
O primeiro-ministro português é comparado pelo ABC a um «condutor que circula a alta velocidade pela auto-estrada em contra-mão, convencido que são os outros automobilistas que estão enganados». Isto devido à convicção de Sócrates de que Portugal não precisa de ajuda externa e que o «país é capaz de superar os seu problemas através dos seus esforços», escreve o jornal espanhol.
«Depois de ter sido derrotado no Parlamento, apresentou a sua demissão e lançou ao seu partido, socialista, a toda a velocidade contra a oposição liberal-conservadora» esperando conseguir «dar a volta às sondagens e regresar ao poder», contextualiza o ABC.
E no entanto, o dito antipático «surpreendeu tudo e todos quando estendeu a mão aos jornalistas antes de se sentar e explicar a sua versão dos factos» na última cimeira europeia em Bruxelas, refere o jornal. Contudo, no final do encontro, Sócrates tinha regressado ao seu registo anterior: «Podem ter certeza que isto não é uma despedida, apesar de estar seguro que seria o que desejam».
O ABC retoma ainda a polémica da licenciatura do primeiro-ministro português: «Temos de nos abster das partes mais importantes da sua biografia [para acreditar em Sócrates] tendo em conta que quatro das cinco disciplinas concluídas foram aprovadas por um professor que mais tarde foi ocupar um importante cargo no Governo de Sócrates. Já a quinta disciplina foi aprovada pelo próprio reitor da universidade privada de Lisboa, que acabou por ser encerrada precisamente pelo cúmulo de irregularidades que foram surgindo à medida que se investigava o escândalo».
Mas «do que se trata agora é de dinheiro» e do «possível colapso de todo o país», afirma o jornal. Segundo o Presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, Portugal poderá precisar de mais de 70 mil milhões de euros ao abrigo de um plano de resgate para garantir o pagamento de uma dívida que poderá arrastar a banca espanhola.
SOL
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