segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 de Abril - O Dia da Liberdade


A cerimónia comemorativa do 25 de abril aconteceu no Palácio de Belém, substituindo a tradicional secção solene na Assembleia da República, que este ano foi cancelada depois da dissolução do Parlamento Cavaco, Sampaio, Soares e Eanes juntos no Palácio de Belém para assinalar aniversário da Revolução.

A cerimónia começa com abertura dos jardins ao público logo pelas dez horas da manhã. Meia hora depois começará o primeiro concerto do dia, pela Banda da Guarda Nacional Republicana, no Jardim da Cascata.
Ao meio-dia, no Pátio dos Bichos terá início a cerimónia comemorativa do 25 de Abril, com intervenções dos três chefes de Estado eleitos pós-25 de Abril, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, além de um discurso do atual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Depois de um breve momento musical pelos pianistas Mário Laginha e Bernardo Sassetti, Cavaco Silva irá agraciar sete personalidades, entre os quais o antigo presidente da Assembleia da República Barbosa de Melo, e condecorará o Banco Alimentar Contra a Fome como membro honorário da Ordem da Liberdade.
A esta cerimónia irão assistir como convidados o primeiro-ministro, José Sócrates, várias instâncias do Estado, os líderes do PSD e do CDS-PP, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, representantes dos partidos com assento parlamentar, além de entidades ligadas ao 25 de Abril.
Durante a tarde, os jardins do Palácio de Belém continuarão abertos ao público, que poderá visitar várias exposições, além de assistir a atuações do Grupo Coral "Os Ceifeiros de Cuba", do Grupo de Concertinas da Associação Cultural e Recreativa "As Palmeiras", de Castelo Branco, do Grupo de Cavaquinhos da Casa do Concelho de Arcos de Valdevez, além do concerto "Grândolas", por Bernardo Sassetti e Mário Laginha.
Ainda durante a tarde, irá realizar-se o trahabitual desfile na Avenida da Liberdade, que contará com a presença de vários representantes do PS, Bloco de Esquerda, PCP e Verdes.
Os jardins do Palácio de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, também voltarão a ser abertos ao público entre as 15:00 e a 18:00, mas ao contrário do que tem acontecido nos últimos anos não haverá animação no local devido à contenção orçamental, nem está previsto que José Sócrates apareça.
A Assembleia da República estará igualmente aberta ao público entre as 14:30 e as 18:00, com visitas livres e guiadas, uma oficina pedagógica e um espaço dedicado aos mais jovens.

Recordar o 25 de Abril de 1974
De madrugada,  militares do MFA ocuparam os estúdios do Rádio Clube Português e, através da rádio, explicaram à população que pretendiam que o País fosse de novo uma democracia, com eleições e liberdades de toda a ordem. E punham no ar músicas de que a ditadura não gostava, como Grândola Vila Morena, de José Afonso.
Ao mesmo tempo, uma coluna militar com tanques, comandada pelo capitão Salgueiro Maia, saiu da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e marchou para Lisboa. Na capital, tomou posições junto dos ministérios e depois cercou o quartel da GNR do Carmo, onde se tinha refugiado Marcelo Caetano, o sucessor de Salazar à frente da ditadura.
Durante o dia, a população de Lisboa foi-se juntando aos militares. E o que era um golpe de Estado transformou-se numa verdadeira revolução. A certa altura, uma vendedora de flores começou a distribuir cravos. Os soldados enfiavam o pé do seu cravo no cano da espingarda e os civis punham a flor ao peito. Por isso se falava de Revolução dos Cravos. Foram dados alguns tiros para o ar, mas ninguém morreu nem foi ferido.
Ao fim da tarde, Marcelo Caetano rendeu-se e entregou o poder ao general Spínola, que, embora não pertencesse ao MFA, não pensava  da mesma maneira que o governo acerca  das colónias.
Um ano depois, a 25 de Abril de 1975, os portugueses votaram pela primeira vez em liberdade desde há muitas décadas.

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