Há seis anos atrás, um rabino ortodxo ajudou um gay a realizar o sonho de ser pai. Para isso, elaborou um plano, de o casar com uma lésbica, que também queria ser mãe. Desde o primeiro casamento entre o gay e a lésbica, Areleh Harel tem acompanhado 13 casais, com o mesmo objectivo, revela uma reportagem da revista «Time».
Através de um amigo, o rabino de 37 anos encontrou um casal de lésbicas que também queria conceber uma família «tradicional». Agora, depois de «casados», têm dois filhos, e ninguém suspeita que são gays.
O plano de casamentos «encomendados» foi descoberto e gerou polémica. Harel foi já mencionado numa discussão em Jerusalém sobre os direitos homossexuais. Líderes gays, após descoberta, criticaram estas uniões, achando-as enganosas. Porém, vários rabinos já apoiaram o colega, apelidando o seu trabalho de corajoso.
Com o sucesso, e com maior procura, Harel passará a trabalhar via Internet, com o projecto, chamado «matchmaking» (casamenteiro), e acredita que «esta é a melhor solução» que se pode «oferecer às pessoas que querem viver dentro da halachá» (lei judaica).
O ortodoxo garante que o serviço de «matchmaking» estará online e operacional até ao final do ano, e considera ainda que esta «pode não ser uma solução perfeita», mas pelo menos «é um tipo de solução», para que os crentes da lei judaica não vivam em pecado.
São muitos os grupos homossexuais que já fazem pressão para que os seus casamentos sejam aprovados. Até 2007 não havia qualquer organização ortodoxa gay em Israel. Actualmente, existem cinco, incluindo uma sede em Jerusalém.
Um gay, de 28 anos, que está a ser acompanhado e conduzido por Harel, acredita que este tipo de casamento é procurado porque as pessoas acreditam que, com a lei judaica, «esta é a maneira normal e porque é a maneira mais fácil de ter filhos.»
Os defensores ortodoxos acreditam que se os rabinos em Jerusalém aceitarem mais casamentos gays, a tolerância vai alastrar para as comunidades ortodoxas em todo o mundo.
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