A bezerra Rosita ISA, da raça Jersey, nasceu a 6 de abril; quando for adulta, deve produzir leite com características mais próximas às presentes no leite gerado pelas mulheres. Isso é o que esperam os investigadores do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária e da Universidade Nacional de San Martín, em Buenos Aires.
A equipa utilizou engenharia genética para construir células transgénicas da vaca e colocar dois genes humanos num único local do genoma bovino. Isto significa que as duas proteínas são expressas juntamente na glândula mamária durante o período de lactação.
Essas células transgénicas passaram por um processo de clonagem, e os embriões obtidos foram transferidos a vacas recetoras. Em abril, uma equipa chinesa tinha anunciado o mesmo feito, porém a sua vaca contém apenas um gene ligado à produção do leite - e não dois, como a da equipa argentina.
As proteínas humanas lactoferrina e lisozima, agora presentes no material genético de Rosita ISA, têm funções antibacterianas que ajudam a regular o sistema imunológico. Normalmente, o leite de vaca quase não contém lisozima, e a atividade da lactoferrina é específica de cada espécie.
O feito não significa, no entanto, que o leite da vaca será idêntico ao humano. Os anticorpos produzidos pela mãe, por exemplo, e que são transmitidos ao bebé durante a amamentação, não são produzidos pela vaca. A pesquisa com a Rosita ISA visa auxiliar a nutrição, e não substituir o aleitamento materno.
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