segunda-feira, 30 de maio de 2011

Malangatana pinta Fiat 500

O automóvel que serviu de tela para a última obra do Mestre Malangatana já foi licitado em 150.000 dólares.



Em 2010, o grupo João Ferreira dos Santos, de origem portuguesa mas com a maior parte da atividade concentrada em Moçambique, ganhou a representação para este mercado africano da marca Fiat. Desde 1897 nesta antiga colónia portuguesa, onde foi fundado por um português sem recursos mas muita iniciativa, o grupo agora controlado por um bisneto de João atua nos setores agroindustrial (algodão), automóvel, da energia e do imobiliário. O ano passado, faturou cerca de 28,5 milhões de euros.

"Queríamos lançar a nova marca de um modo diferente", explica Francisco Ferreira dos Santos, 31 anos, administrador do grupo e descendente do fundador. "Por isso, pedimos ao Malangatana que pintasse um modelo Fiat 500 e acordámos que as receitas da venda do carro reverteriam a favor da Fundação que ele estava a constituir", conta Francisco, atualmente a convalescer, em Sintra, de uma intervenção cirúrgica realizada em Portugal.

Malangatana nunca pintara um carro, nunca trabalhara sobre uma superfície curva, nunca usara tintas para automóvel. Por isso, passou vários dias nas oficinas da Técnica Industrial, o braço automobilístico do grupo português, a estudar o trabalho. "Primeiro, pintou dois capôs velhos, para experimentar. E, ao contrário do que era habitual, não fez nenhum esboço do que viria a produzir", conta Francisco, que acompanhou in loco o processo de criação. "Mas trabalhou duas semanas seguidas na obra, de sol a sol. 

Agora, com lances mínimos de 2 500 euros, o leilão continua em todo o mundo, até 6 de julho (pode acompanhá--lo em (http://malangatana.sapo.mz). A Fundação Malangatana Valente Ngwenya, com sede em Matalana, às portas de Maputo, tem o objetivo de divulgar as artes e apoiar artistas plásticos. Este Fiat 500, completamente exclusivo, vai dar-lhe uma boa ajuda.

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