Depois de divulgado o vídeo da confissão de Jacinto Paixão, começaram as teorias. Uns diziam que tinha sido feito à pressa, depois de conhecida a anulação da pena de Pinto da Costa. Outros alegavam que era a "inveja" de quem não aguentavam ver o FC Porto na final da UEFA. Outros ainda juravam que aquela voz não era a de Jacinto Paixão. Mas, depois das palavras, chegam as imagens.
Não. Não são montagens. São palavras de um árbitro corrompido, que controlou arbitragens em troca de favores sexuais. Que, tal como Calheiros, viajou à conta do FC Porto, via Agência Cosmos. Os adeptos do futebol devem sentir-se envergonhados. Jacinto Paixão é mais um dos rostos da vergonha do futebol português.
O seu arrependimento não basta. A sua confissão não é suficiente. Se existisse Youtube nas décadas de 80 e 90, o futebol português seria muito diferente... Talvez víssemos aqui os Calheiros e os Martins dos Santos. Todos os nomes. Todos os corruptos. Toda a vergonha deste futebol mentiroso.
Jacinto é a imagem da vergonha. É a prova de que não tivemos, nas últimas décadas, um futebol limpo. A consequência destas imagens - nenhuma consequência - é a imagem da impunidade, de uma Justiça que de Justiça só tem nome.
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