«Ora, se, como vimos atrás, no caso do Gil Vicente, o FC Porto dá também umas dicas para a escolha desses próprios técnicos, ficamos com uma ideia do poder de influência do clube portista junto de clubes da mesma divisão, com quem disputa pontos após pontos, jogo após jogo, semana após semana.
Muitos clubes pequenos sujeitam-se assim ao poder do FC Porto, quer escolhendo um treinador que sabem que vai agradar nas Antas quer unindo-se ao clube nas suas várias lutas. E o FC Porto nem precisa de fazer nada, toda a gente sabe como funciona, quanto mais não seja porque os avisos e os castigos aparecem sempre na imprensa. E tudo por causa de meia dúzia de jogadores que sobram dos super-plantéis portistas.
Já em 1991 tinham surgido insinuações de que o FC Porto se estava a imiscuir na composição da liderança técnica de outro clube, desta vez da Ovarense, mais concretamente sugerindo o nome de Inácio. Só que os dois clubes desentenderam-se e Inácio, como já referimos, acaba por ir para o Rio Ave. Ele e mais oito jogadores emprestados… Nesse ano, outro treinador da órbita portista, Rodolfo Reis, treina outro clube premiado com empréstimos portistas, o Tirsense. Os exemplos são inúmeros.
Pinto da Costa diz que é mentira, que não se mete nos outros clubes, que não decide quem é o treinador. Ninguém estava à espera que o assumisse. Seria um escândalo se o fizesse. As coisas têm de ser lidas nas entrelinhas. Como nesta declaração, a propósito do caso Ovarense:
"Pretendemos saber quem são os treinadores desses clubes, porque queremos que os técnicos saibam orientá-los em todos os aspectos."
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