quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Redes sociais estão a mudar cérebros

As redes sociais podem estar a mudar o cérebro dos utilizadores, bem como a sua vida social, revela um estudo da «University College London» (UCL), publicado na revista inglesa «Proceedings of the Royal Society B Biological Sciences», noticia a BBC News.

O estudo mostra uma ligação directa entre o número de amigos que uma pessoa tem no Facebook e o tamanho de certas partes do cérebro. Os investigadores chegaram a tal conclusão scanarizando em três dimensões o cérebro de voluntários que participaram no estudo.

Não fica comprovado que o uso das redes sociais aumente a massa cinzenta ou se determinadas estruturas cerebrais ajudam em fazer mais ou menos amigos, dizem os pesquisadores. As regiões do cérebro envolvidas têm, sim, um papel importante na interacção social, na memória e no autismo. 

A investigação baseou-se na observação em 3D para as estruturas do cérebro de 125 estudantes universitários de Londres.

Os cientistas contabilizaram o número de amigos virtuais no Facebook que cada voluntário tinha e avaliaram também a rede de amigos «reais».

O objectivo era comparar e estabelecer uma ligação entre o número de amigos virtuais e a quantidade de massa cinzenta em certas partes do cérebro.

«Encontrámos algumas regiões do cérebro que parecem interessantes para ligar o número de amigos que temos, tanto "real" como "virtual"», disse um dos investigadores da UCL, Ryota Kanai.

O que importa saber é se as tais estruturas cerebrais «mudam com o tempo», acrescentou.

O professor da UCL, Geraint Rees, que liderou a investigação, indicou que por se saber pouco sobre o impacto das redes sociais no cérebro, existem especulações de que pode ser negativo. 

«O nosso estudo ajudará a entender como é que as nossas interacções com o mundo são mediadas através de redes sociais», contou.

O chefe do departamento de Neurociência e Saúde Mental do «Wellcome Trust», que financiou a pesquisa, acredita que este tipo de investigações «nos podem ajudar a começar a compreender os nossos cérebros e se estão a evoluir por se terem que adaptar as novos desafios colocados pela comunicação social».


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