As espécies em vias de extinção podem ganhar um novo folego de vida através de uma técnica de manipulação de células estaminais.
Quando em 1972 um grupo de conservacionistas começou a congelar amostras de pele de espécies ameaçadas, esperavam que um dia a ciência pudesse encontrar uma forma de ressuscitar essas populações fragilizadas.Agora, a investigadora Jeanne Loring, juntamente com alguns colaboradores, deu um paço fundamental no cumprimento dessa antiga esperança. Loring conseguiu criar células estaminais a partir das células de pele congeladas de duas espécies - o mandril cinzento e o rinoceronte branco.O avanço científico proporcionado por esta técnica levou os investigadores a planear a construção, a curto prazo, de um zoo de células estaminais congeladas. Os objetivos seriam o estudo do genoma e a criação de terapias de células estaminais para estes animais.A longo prazo, os cientistas esperam produzir esperma e óvulos a partir das células estaminais, criando desta forma uma terapia reprodutora que poderia ser introduzida noutros programas de reprodução. Isto iria permitir maior diversidade genética em populações muito reduzidas - no caso do rinoceronte branco, existem apenas 7 indivíduos vivos no mundo inteiro e já não se reproduzem há anos.Loring, que também é diretora do Centro de Medicina Regenerativa da Fundação Scripps, afirma "que o poder de antevisão que tiveram em 1970 quando começaram o programa é impensável. Na altura ainda não tinha sido publicado nenhum genoma e os conceitos do que hoje é possível encontravam-se apenas no domínio da ficção científica."Para surpresa dos investigadores, o genes humanos mais utilizados na reprogramação de células humanas, também reprogramam as células de pele do mandril cinzento e do rinoceronte branco, se bem que com reduzida eficiência.A pesquisa de Loring foi publicada esta semana na Nature Methods .
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